Quando nos tornamos mãe, é a mais perfeita realização feminina, um dom divino, Deus nos estende a mão e por um milagre, faz com que tudo aconteça de forma natural e maternal, por que não?
Eles nascem, é aquela curiosidade de ver com quem se parecem, de quem herdaram o caráter, os belos olhos, a boca e etc... Tudo é magia e encantamento, embora o cansaço e stress façam parte desses momentos até uns 2 anos mais ou menos, que é quando eles se acalmam e tomam posse do mundinho em que vivem...
Vivem como reis e rainhas, a eles damos tudo e nos entregamos de corpo e alma literalmente...
Aprendemos com eles e por eles, somos capazes das maiores loucuras e situações exaustivas...Aquele aniversário do amiguinho, em um sábado chuvoso, depois de uma semana daquelas, onde estamos quase caindo de tanto cansaço...
O que dizer do primeiro dia na escola? Medo, insegurança, vontade de estar com eles todo o tempo, mas a vida segue o seu curso e precisamos deixá-los livres para alçar vôos maiores.
Nas noites de doença, lá estamos nós, alertas, a qualquer suspiro mais profundo, acordamos e preocupadas, esquecemos de nós mesmas, por eles...
Dividimos nossa vida em 4, 5 partes às vezes, mas eles sempre levam, ou melhor, tentamos sempre que levem a melhor parte de nós, embora nem sempre seja possível.
Às vezes, nossos afazeres são tantos, que incapacitadas de dar-lhes o melhor, nos frustramos em nós mesmas, impossibilitadas de seguir em frente, nos fechamos ao mundo e ficamos remoendo, o que será que está por vir, meu Deus...
Ser mãe dói...
Dói no corpo e na alma, é uma tristeza sem fim... Essa tal adolescência que tumultua o relacionamento, nos distancia e impressiona, onde está meu bebê? Cadê aquele rosto angelical? Agora parece querer me devorar...
Noites a fio de angústias e incertezas e a única coisa que eu sei é que pode piorar, ah pode...
E tudo que eu ensinei? Expliquei? Onde está?
Ser mãe dói sim... Mas eu aceito a dor, na certeza de dias melhores, embora fique arrasada, com vontade de sumir após uma briga, querendo que ele voltasse para dentro de mim e que de lá jamais saísse, ou que jamais passasse de 1 ano de idade.
Como fazer com meu trabalho? E minha faculdade? Meus sonhos, vida, tudo...
Ele com uma vida pela frente, se acha o dono da verdade aos 14 e eu aos 36, que batalhei tanto para chegar até aqui, como fazê-lo entender que as coisas passam, os amigos somem, as músicas perdem seu sentido e eu vou continuar ali, esperando que ele volte e peça desculpas, que seja um filho melhor e que ande no caminho certo, que eu sonhei para ele...
Ai... Como dói... Hoje parece que sou do tamanho de um alfinete e que o mundo vai cair em minhas costas e ele também está triste, pois sabe que como mãe, eu tenho razão em muitas coisas, mas como mudar? Como ajudá-lo a se achar?
Chega a noite e eu peço a Deus que me ilumine e me guarde, para que eu tenha paciência e lá na frente, quando tiver uns 80 anos, possamos rir juntos dessa bobagem toda, afinal a adolescência passa, mas as mães sempre sentirão dor, mas sempre serão felizes, aliás, como dizia Cazuza: só as mães são felizes...
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